quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Cotidiano, vida de cão

Almoçamos todos os dias num restaurante próximo à praça da igreja. Lá na praça "residem" vários cachorros. Eles aproveitam a boa sombra, o gramado e a caridade de alguns que lhe jogam restos às vezes.
Eu e minha colega de trabalho percebemos então, que eram sempre os mesmos cachorros que estavam por ali, uns branquinhos, outros preto, grande, pequeno, com sarna, sem sarna.
Numa quarta-feira resolvemos então começar a levar um pouco de ração e água para eles que tanto nos fazem companhia no horário de descanso do trabalho. Levamos com o maior bom gosto, assoviamos pros bichinhos que vieram correndo e abanando o rabo pulguento.
Comeram e beberam....logo o branco sem sarna já estava satisfeito e esticado no gramado e provavelmente com o pensamento de que a água e ração ali estavam para o lanche da tarde.
Sentadas no banco e satisfeitas tanto quanto os cachorros, numa fração de segundo avistamos a cena...um senhor de idade, funcionário da prefeitura que varria as folhas por ali, aproximou-se da água fresca e alimento canino, e com um ato “anônimo” jogou tudo no gramado.
Indagadas e com sede de questionamento perguntamos o porque. A resposta automática veio como num acesso ao Google: “Não posso deixar isso aqui, a fiscalização pode ver e a bronca vem pra mim”.
Pensamos por alguns segundos com a dita expressão “cara de cú”, parecia estarmos de mãos atadas...o que fazer? Disse a ele que com relação a dengue (que inclusive vem tomando conta principalmente nas periferias da cidade, ainda mais agora no verão) não teria problema, pois poderíamos trocar a água diariamente.
O velho magricela grisalho com uma vassoura em mãos de olhar conformado como o de um BOM funcionário público que cumpre certamente as regras nos fez crer naquele momento que regras estão valendo mais que fome e sede.

Cidade de Cambé

2 comentários:

  1. foda-se a fiscalização prefeitura oq for, oq importa é a fome e a sede deles, se nao quererm sujeire ali contruam lugares DEVIDAMENTE ADEQUADO para por eles para a adoçao, sociedade filha de uma p...

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  2. certamente Ray, a boa ação sempre permanece, por não medir regras a boa ação pode ser livre.

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